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Glaucoma

O glaucoma é, basicamente, uma doença crônica que acomete o nervo óptico de maneira progressiva, podendo levar a perda visual importante. Hoje, é a principal causa de cegueira irreversível no mundo; uma vez caracterizada a lesão, não há como revertê-la.

Apesar de existirem alguns fatores predisponentes, qualquer indivíduo pode vir a ter glaucoma. Muitas pessoas já são portadoras da doença sem saberem, sem apresentarem sintomas. Um indivíduo pode ter glaucoma, mesmo em graus não tão iniciais, e conseguir, por exemplo, passar em um teste básico de visão, como o realizado para a obtenção da carteira de motorista.

Por isso sempre reforçamos a importância de avaliações completas e regulares realizadas por um oftalmologista capacitado. Atualmente, não há cura para o glaucoma, mas se diagnosticada precocemente e tratada adequadamente há grandes chances de controle da doença.

Até hoje, a causa exata do glaucoma primário de ângulo aberto, o mais comum, não é conhecida. Não se sabe por que algumas pessoas têm um nervo óptico que passa a se degenerar de forma que compromete seu funcionamento e sua capacidade visual.

Nem todos os glaucomas têm a mesma causa ou apresentação, por isso, é fundamental que se faça o diagnóstico diferencial desde o início do acompanhamento. Algumas enfermidades, sistêmicas ou oftalmológicas, e também alterações oculares, podem contribuir para o aparecimento do glaucoma. Vários são os fatores que contribuem para esta patologia, sendo a pressão intraocular um dos mais importantes. O aumento da pressão intraocular se dá quando há um desequilíbrio entre a produção e o escoamento do fluido que preenche o olho. A hipertensão ocular sustentada, em nervos predispostos, pode levar a lesões permanentes.

O nervo óptico é a estrutura que leva a informação visual captada pelo olho até o cérebro. Ele é formado pela junção de mais de um milhão de fibras nervosas. Quando se eleva a pressão no olho, as células nervosas entram em sofrimento e, eventualmente, morrem. Cada uma destas fibras responde pela capacidade visual de uma determinada área do nosso campo de visão; se ocorre a lesão, há perda visual na região correspondente.

Caracteristicamente, as lesões de nervo são irreversíveis, portanto, quanto antes for feito o diagnóstico e instituído um plano de seguimento e tratamento, menores os riscos para o paciente. O tratamento tem o objetivo de controlar a doença e com isso prevenir ou inibir a progressão de dano ao nervo e de perda visual. Pode ser feito através de colírios, laser, cirurgias ou implantes, dependendo do estágio da doença e das características de cada paciente.

Alguns fatores são mais importantes para o desenvolvimento do glaucoma e alertam para que se tenha mais cuidado no acompanhamento e avaliação:

  • Pressão intraocular elevada;
  • Idade acima de 40 anos e quanto mais avançada, maior o risco;
  • Histórico familiar de glaucoma, principalmente em parentes de primeiro grau;
  • Raça negra;
  • Pacientes com alta miopia, usuários crônicos de colírios de corticoide, diabéticos ou com história de trauma ocular ou doenças intraoculares.

O glaucoma só pode ser detectado após exame oftalmológico completo e detalhado.

A medida da pressão intraocular, um procedimento simples e indolor, é um dos principais exames realizados durante a consulta que pode levar à suspeição do glaucoma. Genericamente, são medidas normais de pressão intraocular as entre 10 e 21 mmHg. Pressões maiores do que 21 mmHg são consideradas elevadas. Quando a medida é maior do que o padrão mas a pessoa não mostra sinais de lesão glaucomatosa, acompanhamos o paciente apenas como um hipertenso ocular. A pressão ocular elevada, sozinha, não causa glaucoma, no entanto, é um fator de risco significativo, exigindo exames regulares à procura de sinais que indiquem o aparecimento de lesão do nervo. Salientamos que apesar de identificarmos alguns padrões, cada pessoa tem a sua pressão intraocular ideal, que deve ser definida por seu oftalmologista.

Apesar de muitas doenças poderem afetar o nervo óptico, o dano causado pelo glaucoma tem um aspecto característico que permite ao médico suspeitar da doença. No glaucoma, a alteração no nervo óptico é causada pela degeneração das fibras nervosas que, ao longo do tempo, leva a uma alteração do aspecto usual e ao aparecimento do que chamamos de escavação patológica. Nem todo paciente com um nervo óptico diferente tem a doença; são alguns sinais e modificações que podem ocorrer que fazem aumentar a probabilidade de um nervo ser glaucomatoso.

Como você deve ter percebido, além de silencioso, o glaucoma é um complexo problema multifatorial; são diversos dados e particularidades que devem ser vistos em cada paciente, não há um exame único que possa nos dar a certeza de seu diagnóstico.

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